Pontes são interditadas, desativadas ou derrubadas em cidades na região de Piracicaba
As cidades da região de Piracicaba (SP) têm pelo menos três pontes interditadas, desativadas ou derrubadas que não foram recuperadas. Em Ipeúna, moradores precisam andar 20 quilômetros a mais por causa da falta da ponte. Em Charqueada, as pessoas se arriscam e preferem correr o risco de passar pela estrutura condenada.
Na passagem de limite entre Ipeúna (SP) e Rio Claro (SP), metade da ponte não existe mais e o que restou está cheio de mato. Moradores já perderam a conta de quantos anos ela está assim, um problema que é responsabilidade dos dois municípios. A manicure Elaine Ceccato passava pela via para ir da cidade até a propriedade dela.
O trajeto que levava 20 minutos é feito agora no dobro do tempo por causa do desvio. "Eu espero sim que venham arrumar essa ponte, que se tome providência, porque isso não é esquecimento, tem gente que precisa".
Águas de São Pedro - Charqueada
Moradores de São Pedro (SP) enfrentam o mesmo problema. A ponte que era caminho para os moradores que iam de Águas de São Pedro para Charqueada, por uma estrada de terra, está há 10 anos desativada, segundo a prefeitura.
Moradores se arriscam em ponte na zona rural de Charqueada (Foto: Reprodução/EPTV)
Para chegar ao mesmo destino, os moradores precisam andar cerca de 10 quilômetros a mais. No local onde a ponte era instalada, sobraram apenas parte das madeiras que fazia a estrutura.
Em outro trecho, do Rio Corumbataí, a ponte vista de longe, de estrutura de ferro, parece em boas condições, mas de perto os problemas são visíveis. As grades de proteção estão quebradas e soltas e, além disso, a ponte está torta. A madeira da via também está velha demais e perigosa.
A passagem é o principal acesso para quem vive na zona rural e precisa chegar até o bairro Recreio, em Charqueada (SP), que é o mais próximo. Por isso, mesmo com a ponte interditada, muita gente se arrisca e passa pelo local todos os dias.
No intervalo de uma hora, vários carros e até um caminhão pequeno cruzaram a ponte. O agricultor Júlio César Nalin faz esse caminho pra chegar ao trabalho.
"Por aqui dá um quilômetro e meio, para dar a volta dá 18 [quilômetros]. Medo dá, mas não tem outra alternativa, né?", lamenta.
Uma tubulação de concreto foi colocada na entrada porque até caminhões pesados, com 100 toneladas, estavam passando na ponte. A passagem fica entre Charqueada e Piracicaba.
Segundo o agricultor Francisco Segredo, foram feitas reuniões com as prefeituras pedindo providências, mas não houve solução.
"Foi falado com o prefeito em Charqueada, veio um cara de Piracicaba, foi reunido, foi pedido, mas um empurra para o outro", afirma o agricultor.
Como nada foi feito, os produtores rurais colocaram madeiras novas por conta própria, mas as tábuas por baixo estão podres e o problema continua sem solução. "Até desviou um caminhão de cana por aqui e passou com 100 toneladas aqui em cima. Olha o risco que correu", recordou Segredo.
Sobre a ponte que ligava Ipeúna a Rio Claro, as duas administrações disseram que firmaram parceria para recuperação da ponte, mas falta dinheiro e, por isso, estão aguardando recursos do governo do estado.
Já a ponte que liga Charqueada ao município de Águas de São Pedro e São Pedro, a Prefeitura de São Pedro disse que a ponte está desativada há 10 anos, e não será recuperada porque existem alternativas para os moradores e a polícia rodoviária a considerava rota de fuga para bandidos.
Sobre a última ponte, a Prefeitura de Piracicaba afirma que existe um acordo com a Prefeitura de Charqueada, inclusive com parceria da usina que fica próxima ao local para revitalização da passagem, mas que, para a execução da obra ainda falta verba junto ao governo do estado.
Já a Prefeitura de Charqueada informou, posteriormente, por nota, em 2015, em uma reunião entre as prefeituras, foi avaliado que a recuperação da ponte ficaria em R$ 3 milhões. Sem verba, ficou acordado que a Prefeitura de Piracicaba iria fechar a cabeceira da ponte para impedir o trânsito de veículos sem impedir a utilização por pedestres.
A Prefeitura disse ainda que a reconstrução da ponte só seria possível se houver a participação do Governo do Estado e iniciativa privada, já que metade desse valor, que seria de R$ 1,5 milhão, equivale a 4% do orçamento anual de Charqueada, que não tem condições de arcar com o custo.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/moradores-reclamam-de-pontes-interditadas-e-derrubadas-regiao-tem-tres-passagens-com-problemas.ghtml