MP cobra medidas do polo cerâmico contra poluição do Rio Corumbataí
Publicado em: 24 de agosto de 2015
Promotoria diz que extração de argila contamina solo e qualidade da água.
Gaema solicita que os municípios revejam o plano diretor para o serviço.
O Ministério Público (MP) investiga a poluíçao do Rio Corumbataí, responsável pelo abastecimento de 90% de Piracicaba (SP), por parte de indústrias do setor cerâmico das regiões de São Carlos (SP) e Piracicaba (SP). De acordo com o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), a extração de argila prejudica a qualidade da água do manancial há dez anos.
A Promotoria solicita que empresas dos cinco municípios do polo cerâmico - Rio Claro (SP), Ipeúna (SP), Iracemápolis (SP), Cordeirópolis (SP) e Santa Gertrudes (SP) - revejam o plano diretor e façam as autorizações em conjunto para realizar o serviço. "A ideia do Gaema é que que os pedidos para extração sejam feitos em conjunto, porque as solicitações separadas são umas das razões dos danos ao meio ambiente", disse o promotor Ivan Carneiro Casteiro.
Segundo o promotor, a extração, o transporte e a queima da argila para atividades cerâmicas têm poluído o Rio Corumbataí e causado danos ao meio ambiente. O excesso de exploração mineral aumenta a quantidade de poluentes que contaminam a água dos rios próximos às cidades onde a atividade acontece.
Ainda segundo o MP, com a remoção da argila, as cavas vão ficando cada vez mais assoreadas e isso faz com que a quantidade de água seja reduzida. Durante o transporte do mineral, parte do material cai sobre o solo e vai para os rios.
Produto tóxico
O promotor ainda informou que o processo de queima da argila libera fluoreto, produto tóxico que contramina o solo e a água do rio. A presença dessa substância no manancial também reflete no tratamento da água que abastece a população, sendo necessário o uso de mais produtos químicos para que se alcançe nível de pureza.
O Rio Corumbataí nasce em Analândia (SP), passa por Rio Claro, até desaguar no Rio Piracicaba. Da água captada no manancial, 48,9% vai para o abastecimento público, 25,7% é destinada às indústrias e 35,4% no setor agrícola.
Extração de argila tem prejudicado Rio Corumbataí e meio ambiente (Foto: Reprodução/EPTV)
Fonte: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2015/08/mp-cobra-medidas-do-polo-ceramico-contra-poluicao-do-rio-corumbatai.html
Publicado por: Câmara
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