Laboratório Municipal de Campinas faz 1,6 mil testes par a dengue por dia (Foto: Reprodução EPTV) Com o pior primeiro bimestre desde 1998 em casos de dengue, com 4.186 confirmações, as próximas semanas são essenciais para saber qual o tamanho da epidemia da doença em Campinas (SP) em 2015, segundo o médico epidemiologista da Prefeitura André Ricardo Ribas Ribeiro.
Nos dois primeiros meses do ano passado foram 1.922 registros. No acumulado até o dia 26, o município registrava 7.756 casos positivos. Já a Secretaria Estadual da Saúde contabiliza 8.963 pessoas infectadas, conforme dados divulgados neste sábado (28).
“O que temos de ver é se é um adiantamento na curva epidêmica, ou a curva deste ano vai se construir mais intensa do que no ano passado”, explica o especialista.
Para o médico, o clima mais ameno das últimas semanas pode influenciar nos números. O calor e a chuva favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue. O ano de 2014 fechou com 42.109 doentes, mas nos meses de abril e março foram 27.983 infectados, ou seja, 66,4%.
Regiões críticas
Em Campinas, a região com mais casos até o último balanço da Secretaria Municipal de Saúde é a Sul, com 2.839. Esta área da cidade tem bairros que ficam às margens das rodovias Anhanguera (SP-330) e Santos Dumont (SP-075), como Swiss Park, Oziel e outros como Jardim Guarani e Proença.
Em seguida consta a Leste, com 2.087. Parte da cidade que engloba Alphaville, Santa Genebra e grandes shoppings. A região Norte, onde fica o Chapadão e Bonfim, tem 1.498 registros. Noroeste, onde fica o Hospital Celso Pierro, e Sudoeste, onde está o bairro Campos Elíseos, têm 302 e 897, respectivamente.
Para combater a epidemia, a administração municipal fez um acordo com o Exército nos moldes de anos anteriores. Os soldados estão sendo treinados para ir aos bairros mais preocupantes e avaliar a situação, para, inclusive, colocar telas em caixas d’água. Outra mudança é a contratação de uma empresa de agentes que fazem o controle do mosquito com inseticida.
“Temos uma equipe de controle mais robusta”, disse o médico epidemiologista.
Água verde em prédio de antiga clínica em
Campinas (Foto: Deborah Calácia/Arquivo pessoal)Epidemia
Além de Campinas, estão enfrentando epidemias as cidades de Elias Fausto, Itapira, Mogi Guaçu, Lindóia, Sumaré, Amparo, Artur Nogueira, Iracemápolis, Ipeúna, Estiva Gerbi e Jaguariúna.
Sintomas de dengue
Os sintomas de dengue são: febre alta e súbita, fortes dores de cabeça, manchas vermelhas na pele. Também é comum dor atrás dos olhos, falta de apetite e paladar, dor nos ossos e articulações. O infectado tem ainda cansaço e moleza.
Os casos de dengue grave têm os seguintes sintomas: dificuldade de respiração, perda de consciência, confusão mental e insônia, sangramento na boca, nariz e gengiva. Tem ainda boca seca e sede e pulso fraco.
Criadouros
O mosquito que transmite a dengue gosta de água parada e toda deve ser eliminada. Segundo os especialistas, se for água em local escuro melhor ainda para o transmissor. O pratinho de vaso de plantas é mais propício para a proliferação do que uma piscina, já que no grande reservatório de água bate sol.
E o Aedes não gosta de luz incidente. Outros perigos para a população são pneus ao ar livre e caixas d’água sem tampa e tela protetora. Se você identificar algum criadouro deve denunciar ao Serviço 156.
Fonte: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/03/abril-sera-vital-para-dimensionar-epidemia-de-dengue-em-campinas.html