Projetada em 2006, por Luís Pascoal Magrin, uma armadilha para o mosquito da dengue poderia ter sido utilizada em Limeira para evitar o alto número de casos positivos da doença. A armadilha consiste em um pote com funil, onde se coloca água. "O mosquito coloca os ovos na superfície da água. Os ovos eclodem, a larva vai para o fundo do recipiente, passando pelo funil, e se desenvolve. Quando chega à fase da pupa, e depois como mosquito, não consegue mais sair (do recipiente)", explicou o inventor.
A ideia, segundo ele, foi por acaso. "Então, fiz o protótipo, testei em casa e deu certo", afirmou. Outros testes foram realizados na cidade de Ipeúna para verificar a eficiência da armadilha. Foram colocados dois recipientes nas residências ou terrenos a cada 300 metros. A redução dos mosquitos, conforme Magrin, foi entre 70% e 80% no município em seis meses. O experimento foi aprovado em laboratório, mas ainda não em campo.
De acordo com ele, para a armadilha - chamada de "Nodengue" - ter efeito, é necessário que toda uma área, como em uma cidade ou bairro, use o equipamento para a diminuição gradativa do mosquito transmissor da doença. "Não adianta colocar na sua casa e o vizinho não fizer o mesmo. Pelo menos tem que ser uma casa sim, outra não", comentou.
Para o inventor, se a armadilha fosse utilizada em Limeira entre os meses de junho e de julho do ano passado, a cidade poderia ter evitado a epidemia, que está sendo registrada em 2015. "Hoje, na atual situação (usar a armadilha), não traria mudanças. Agora, o que tem que ser feito é o combate direto, com nebulização e orientação. Mas as armadilhas poderiam ser colocadas hoje para evitar uma epidemia para o próximo ano", afirmou. "A Prefeitura de Limeira também poderia ter usado (a armadilha) para controle de larvas. Assim, saberia onde se concentravam os focos (do mosquito)", completou.
Atualmente, há 45 mil peças prontas do invento, mas elas não estão sendo comercializadas. Segundo Magrin, ele deve retomar à finalização das pesquisas em breve, buscando algum município que esteja aberto a usar o "Nodengue", desde que os testes sejam acompanhados pela Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) ou por uma universidade.
LIMEIRA
O secretário de Saúde, Luizinho do PT, informou que teve conhecimento da armadilha de mosquitos, mas que o produto precisa passar ainda por um teste de eficiência. "Mas toda experiência será bem-vinda", disse.
Prefeitura faz conscientização à população
Uma blitz educativa foi realizada na tarde de anteontem (dia 20) na região do Parque Nossa Senhora das Dores, onde se concentra a maior quantidade de casos de dengue em Limeira. As primeiras ações ocorreram nas proximidades da Unicamp e do Cemitério Parque.
Cerca de 15 servidores, entre agentes de trânsito, GCM (Guarda Civil Municipal) e da Defesa Civil, entregaram panfletos com informações sobre as formas de combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti e orientaram os motoristas. De acordo com o gerente de planejamento e pesquisa da GCM, Anderson Martins, o intuito da ação é conscientizar que cada um deve fazer a sua parte no combate à dengue.
A aposentada Cecília Menegari, 74 anos, considera importante este trabalho para que todos colaborem na eliminação de criadouros. "Na minha casa, faço uma busca todos os dias, mas é necessário que os vizinhos também ajam", afirma. A GCM também promoveu parceria com o projeto Emalum, com panfletagem e orientações aos pedestres da Praça Toledo Barros. Além disso, o Grupamento Ciclístico da GCM se concentrou no TCU (Terminal Central Urbano) e na rodoviária, abordando os frequentadores.
Fonte: http://www.jlmais.com/detalhes/15934/-armadilha-poderia-ter-sido-usada