Tempo Integral: atividades extras complementam aulas curriculares
Publicado em: 16 de maio de 2013
“Oferecer Educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da Educação Básica.” Essa é uma das metas para os próximos dez anos incluídas no Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Congresso Nacional. Em Ipeúna, a escola em tempo integral já é uma realidade de ensino desde 2010, quando foi implantada a Escola Municipal de Tempo Integral (EMTI).
Inicialmente, a EMTI funcionava nas dependências da EMEF “Dr. Ulysses Guimarães”. Em agosto do mesmo ano, ganhou prédio próprio, disponibilizando às crianças ensino de qualidade e condições favoráveis ao aprendizado. Atualmente, a EMTI atende 104 crianças, entre 6 e 11 anos, matriculadas do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, que permanecem na escola das 7h30 às 16h40.
Espedito Bezerra da Silva, 12, é um desses alunos. Matriculado no 5º ano, ele chega todos os dias às 7h15 na escola. Após o café da manhã, às 7h30, segue para o turno regular na sala de aula. A partir daí, são quatro horas e meia de aulas, com uma pausa para o lanche. Após o almoço, Espedito participa de oficinas diferenciadas, de acordo com o dia da semana: Atividades de Participação Social – APS (noções de cidadania), Atividades Motoras (jogos que estimulam atividades motoras), culinária (preparo de alimentos), reforço escolar, informática, dança, coral, natação, música, futebol e artesanato.
“Gosto de estar aqui, venho à escola com prazer, principalmente no dia do futebol”, afirma. Espedito, que tem mais dois irmãos que estudam na EMTI, diz que já se acostumou com a rotina da escola, “prefiro estar aqui o dia todo, pois aprendemos muitas coisas e, além de estudar, também saímos para passear. Acho a escola muito boa, não falta nada, tenho tudo o que preciso para aprender o que é necessário”, garante.
A diretora da escola Andrea Ortolan afirma que um dos principais desafios de manter o aluno na escola em tempo integral é fazer com que as atividades extracurriculares não sejam apenas um passatempo. “É preciso garantir aulas que sejam interessantes e prazerosas para as crianças e que tenham relação com a proposta pedagógica da escola, além de profissionais afinados com os objetivos estabelecidos”, observa.
Para garantir a conexão das atividades dentro e fora da sala de aula, os professores se reúnem semanalmente para a troca de informações. “Não só os professores das aulas regulares conversam entre si, mas também os responsáveis pelas oficinas são envolvidos nos processos para garantirmos o atingimento dos objetivos”, explica a coordenadora pedagógica Rosangela Leite Penteado.
Além disso, excursões a parques, museus, teatros, entre outros também são organizados periodicamente. No ano passado, por exemplo, foram realizados 11 passeios que incluíram todos os alunos. “Gostei muito do McDonald’s, foi a primeira vez e fiquei muito contente”, afirma Espedito. Os alunos também visitaram a Fazenda Santa Gertrudes, em Santa Gertrudes, Floresta Edmundo Navarro de Andrade, em Rio Claro, o Zoológico Municipal e o Museu da Água, em Piracicaba, entre outros. No início deste mês, os alunos visitaram o Corpo de Bombeiros de Rio Claro. A coordenadora pedagógica explica que os passeios têm por objetivo estimular os alunos quanto aos conteúdos aplicados em sala de aula.
Rosangela chama a atenção para outro aspecto positivo do tempo integral: a possibilidade de maior contato com o aluno, o que favorece a identificação e o estímulo de suas potencialidades e também permite trabalhar as dificuldades, além de maior com a família. “Acreditamos que quanto mais integrado o tripé: escola, aluno, família; melhores serão os resultados alcançados no que diz respeito ao aprendizado”, comenta. Prova disso é o rendimento dos alunos. No ano passado, 97% dos alunos foram aprovados.
Diariamente, os alunos recebem cinco refeições: café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e lanche da saída e contam com o transporte escolar gratuito, disponibilizado aos alunos tanto da região urbana, quanto da rural. Segundo levantamento da instituição, 71% dos alunos matriculados na EMTI utilizam o transporte escolar gratuito oferecido pela Prefeitura para frequentar às aulas.
Projetos
Outro aspecto contemplado na EMTI é o de prevenção à saúde. Preocupada em garantir aos seus alunos condições de saúde favoráveis ao aprendizado, melhorando cada vez mais o rendimento escolar, vem sendo desenvolvido o projeto Saúde Bucal na Escola, que tem por objetivo a orientação, prevenção e recuperação da saúde bucal dos alunos. Por meio do Programa Saúde da Família (PSF), semanalmente os alunos recebem orientações sobre as técnicas corretas de escovação, utilização do fio dental, além de fazerem a aplicação tópica de flúor e avaliação clínica para a identificação de problemas bucais, como cáries, processos infecciosos, entre outros. Os alunos que necessitarem deverão ser encaminhados ao tratamento a partir do segundo semestre.
Os alunos também foram submetidos neste ano ao teste de acuidade visual, com o objetivo de identificar problemas visuais. As crianças que não apresentaram pontuação adequada na escala optométrica, estão sendo encaminhadas para avaliação com o médico oftalmologista, através da Secretaria de Saúde, que confirmará ou não a necessidade do uso de lentes corretivas.
O prefeito de Ipeúna, Ildebran Prata, afirma que a essência do projeto é a permanência da criança na escola, “assistindo-a integralmente em suas necessidades básicas e educacionais, ampliando o aproveitamento escolar, resgatando a autoestima e capacitando-a para atingir efetivamente a aprendizagem”, explica.
Publicado por: Câmara
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